A Copa do Mundo conquistou Lionel Messi
A Argentina foi tricampeã do mundo no último domingo. O título foi a consagração de Lionel Messi. A grande lenda da seleção buscava o título mais importante do mundo, o único que lhe faltava na carreira, para encerrar qualquer tipo de discussão sobre ele e Maradona. Mas no fim das contas, Lio não precisava disso.
O jovem argentino que tinha problema nas pernas e foi acolhido pelo Barcelona na Espanha conquistou tudo que poderia na carreira. 10 campeonatos espanhóis, 4 vezes campeão da Uefa Champions League, 3 vezes campeão mundial de clubes, 7 vezes ganhador da Bola de Ouro e quase 800 gols oficiais na carreira. Poderíamos ficar aqui o dia todo descrevendo os títulos por clubes e individuais de um dos maiores – se não o maior – jogador de todos os tempos desse esporte. Mas a sua genialidade basta por si só.
Mas falemos apenas da história na seleção. O craque argentino sofreu com duras críticas durante muitos anos por não atuar na seleção da mesmo forma que era brilhante com a camisa do Barcelona, principalmente. A albiceleste viveu anos e anos de seca, sem títulos. Mas será que isso tudo era culpa de Messi?
Durante muitos anos enfrentou gerações marcantes e repletas de estrelas da seleção brasileira na América do Sul. As Copas Américas eram quase sempre do Brasil. Quando teve 2 chances contra o Chile, falhou nas duas. Parecia a sina de Lionel não vencer nada com a camisa de seu país. Por conta das críticas, chegou até se aposentar da seleção.
Mas ele voltaria. Ele precisava voltar. Ele queria se provar, mesmo não precisando provar nada a ninguém.
Em 2014, na Copa disputada no Brasil, Messi foi Messi sem seu estado puro. Carregando o time nas costas, decidindo jogos, chamando a responsabilidade. Fazendo gols, dando assistências, o craque levou a Argentina para a grande decisão no Maracanã. E diante da poderosa Alemanha, vindo de um 7 a 1 em cima dos donos da casa, foi derrotado apenas na prorrogação. O gol perdido por Higuaín deve ter ficado na cabeça da lenda até este domingo. O prêmio de craque do mundial não serviu nem de consolação, tamanha tristeza do astro no pódio. Derrota dolorosa, mas que não o faria desistir.
Em 2018, uma campanha bem fraca, com diversos problemas do elenco com o treinador. Assim, vindo para sua última copa do mundo no Catar, Lionel veio “com a faca nos dentes”. Durante toda a competição, foi o craque do time. Decidiu quando precisou. Chamou a responsabilidade e, novamente, colocou a Argentina nas finais. Na decisão, num duelo de gerações contra Mbappé, marcou duas vezes, converteu sua penalidade e foi fundamental para o tri. Merecidamente Craque da Copa, campeão e enfim, a sensação de dever cumprido. O título que faltava, não falta mais.
Muitos craques não ganharam copas do mundo. Mas dessa vez, podemos dizer que não foi Messi quem ganhou a Copa. A Copa pode ter a honra de falar que possui Lionel Messi.
E acabaram as discussões. Numa mesa, sentam Pelé e Messi. E apenas eles. Ninguém mais.