No último lance, Vitor Roque brilha e Athletico elimina o Estudiantes

O Estudiantes de La Plata recebeu o Athletico Paranaense nesta quinta-feira às 21:30. A partida era o último dos confrontos de volta das quartas de final da Taça Libertadores e aconteceu no Estádio Jorge Luis Hirschi, casa do time argentino. Após 0 a 0 no jogo de ida, a expectativa era de mais um jogo tenso e recheado de emoções.

A bola rolou e os donos da casa, invictos como mandantes na Libertadores, tentaram fazer a costumeira pressão inicial. Sem levar muito perigo, o Estudiantes tinha mais a posse da bola e abusava das jogadas pelas laterais e cruzamentos visando, principalmente, o centroavante Leandro Díaz. Era um jogo tenso, afinal, valia vaga entre os 4 melhores times da América do Sul. Os argentinos chegaram com perigo em cruzamento da direita em que Díaz antecipou a zaga e mandou para fora.

Mas o Furacão não se escondeu do jogo. Em bola parada, Khellven quase surpreendeu o goleiro. A pegada do time rubro-negro estava em dia. O Athletico brigava por cada bola, dividindo firme, sem cair na catimba dos adversários. Sabendo jogar, sabendo se defender. Partida muito boa dos comandados de Luiz Felipe Scolari. O time do Estudiantes tinha dificuldades para criar oportunidades.

Na parte final da primeira etapa, o Estudiantes tentou pressionar mais. Aos 32 minutos, após rebote de cruzamento, o zagueiro Rogel teve boa chance, mas bateu muito forte para fora. Já no fim da primeira etapa, em falta cobrada na área, Morel tentou desvio, mas parou em Bento. No escanteio, novamente Rogel subiu sozinho na pequena área, mas mandou para fora.

Fim de primeiro tempo em hora certa para o Furacão. Faltavam mais 45 minutos para decidir sua vida na Liberta. Felipão sabia que dava para ganhar o jogo, mas levar para os pênaltis não seria de todo ruim.

Na segunda etapa, o Athletico começou melhor. Logo nos primeiros minutos, teve chances com Canobbio e Cuello, mas os chutes saíram desviados e não levaram tanto perigo. Porém, o Estudiantes retomou as rédeas da partida e voltou a pressionar. Felipão então colocou o garoto Vitor Roque para tentar dar mais velocidade ao ataque.

A estratégia do Athletico era clara. Esperar o adversário para sair nos contragolpes. Aos 16 minutos, a torcida argentina reclamou de pênalti após cabeçada resvalar no braço de Thiago Heleno. O VAR analisou e nada marcou. Após a análise, em escanteio, gol do Estudiantes. Após cabeçada que parou na trave, a bola sobrou para Lollo empurrar pra rede. Seria o 1 a 0, mas o VAR, que prejudicou no jogo de ida, salvou o Athletico. Na finalização de Lollo, um atleta do Estudiantes está impedido e atrapalha o goleiro Bento. Gol anulado após checagem de Andrés Matonte no monitor. Revolta dos Hermanos.

Daí para o fim do jogo, o Athletico apenas se defendeu. Vitinho, Terans e Erick também foram lançados por Felipão. Mas o Furacão parecia aceitar o empate e a decisão por pênaltis. Aos 46 do segundo tempo, Mauro Méndez teve a chance de classificar o time argentino. Após lançamento, ele ficou na cara do gol, mas bateu para fora. A sorte parecia levar o Athletico para os pênaltis. Mas foi muito melhor que isso.

Literalmente no último minuto, aos 50:45 da etapa final, num dos únicos ataques do Furacão no segundo tempo, Vitinho dominou e cruzou para Vitor Roque aparecer sozinho antes do goleiro e colocar pra rede. Como pouco drama é besteira, a bola ainda teve que ir entrando de mansinho, devagar até cruzar a linha. Gol do Athletico. Com apenas 17 anos, brilha Vitor Roque novamente. Brilha a estrela de Scolari. O Furacão está volta às semifinais pela primeira vez desde 2005.

Fim de jogo. Na raça, no sufoco, mas deu Athletico. O experiente time do Estudiantes cai para o Mister Libertadores, Felipão. Classificação heroica, histórica, dramática, mas acima de tudo, merecida.

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