Obrigado, Rei!
Todos nós sempre soubemos que uma hora esse dia chegaria. Edson Arantes do Nascimento, nosso Rei Pelé, nos deixou aos 82 anos nesta tarde de 29 de dezembro. Pelé lutou contra um câncer e estava sob intensos cuidados nos últimos tempos. O velório será na cidade de Santos. Uma vigília foi montada na Vila Belmiro e deve receber enormes homenagens de todos os torcedores. Pois bem, não consigo visualizar palavra melhor para expressar os nossos sentimentos. Apenas, “obrigado”.
Obrigado por, com 17 anos, nos ajudar a conquistar o primeiro título mundial. Ainda garoto, foi o cara da Copa do Mundo e começou a escrever a brilhante história da camisa mais tradicional do mundo do esporte. O golaço chapelando o marcador dentro da área estará sempre na memória, inclusive de quem nem era vivo no momento, mas que já se cansou de ver pelas telinhas.
Obrigado também por 62, onde mesmo machucado, contribuiu enquanto pode e tem sua parcela na conquista do título. Agora, a tão sonhada dupla com Mané estará encantando os gramados aí de cima.
Ah, obrigado também pelas duas Libertadores conquistadas com a camisa do Santos, em 62 e 63. O campeonato, que antes não dávamos importância, hoje é a maior competição do continente. A Liberta pode ter a honra de dizer que possui Rei Pelé como um de seus ganhadores. Agora, quem dava a bola era o Santos. Quem deu a bola, sempre foi o Rei.
Pelo Peixe, Pelé colecionou vítimas. Fez dos rivais, seus fregueses. Mudou os rumos das história do futebol. E, claro, do Santos. Eu, tendo meu avô e pai santistas, não me cansava de ouvir as histórias de vossa majestade. De saber que torcedores de qualquer clube iam ao Pacaembu, Morumbi, ou qualquer outro estádio, simplesmente para ver o Rei brincar de jogar futebol.
Obrigado por conduzir o nosso Esquadrão em 1970 e trazer o tricampeonato. A Taça Jules Rimet tinha que chamar Edson Arantes, pelo menos. Num time repleto de “camisas 10”, Pelé era o nosso “super 10” e mais uma vez, provou ser majestade. O mundo se rendeu ao Rei no México e a amarelinha conquistava sua terceira estrela. Se hoje somos os maiores da história, somos por sua causa.
Obrigado pelos mais de 1200 gols. Mas muito mais do que apenas os gols, obrigado por revolucionar o futebol. O jeito fácil de jogar, os dribles, as assistências. O Rei, fez tudo parecer tão fácil quando ninguém sabia o que era jogar esse esporte. E eu, com apenas 25 anos, que não tiver o prazer de te assistir ao vivo, sou imensamente grato por vossa majestade ter nascido brasileiro.
Enfim, novamente, obrigado. Toda gratidão do mundo por tudo que fez. Nada jamais chegará perto do que você foi. Nenhum “obrigado” do mundo será suficiente para o que vossa majestade merece. Vossa majestade conquistou tudo e a todos. O mundo é e sempre será seu, Edson.
Deus é brasileiro. O Rei também.
Esteja com Deus, Majestade! Sua história nunca será esquecida!