Luiz Felipe Scolari: O Senhor Libertadores

O Athletico Paranaense está na final da Taça Libertadores apenas pela segunda vez em sua história. Após superar o Palmeiras por 1 a 0 dentro de sua casa, a equipe rubro-negra foi até um hostil Allianz Parque encarar, nada mais, nada menos, que o atual bicampeão da maior competição do continente. Dono de uma campanha invejável, o tricampeão e seus mais de 40 mil torcedores iam em busca de uma virada para chegar à terceira final consecutiva. E até pareceu que conseguiria, quando abriu 2 a 0, mesmo tendo um jogador expulso entre um gol e outro. Mas o Furacão, na sua valentia e experiência copeira, conseguiu buscar o empate e se classificar em plena casa do rival. Um 2 a 2 digno de Luiz Felipe Scolari.

Para começar, expulso no jogo de ida, Felipão não pode estar na beira do campo nesta terça-feira. Muito se questionou: Será que o time corresponderá sem ele? O quão importante a figura de Felipão na área técnica é para os jogadores? Para o adversário? Para a arbitragem? Mas ele, através de seu auxiliar Paulo Turra, mais uma vez mostrou que foi, e ainda é, um dos maiores técnicos que esse país já viu.

Primeiramente, pela campanha história e título da Copa do Brasil com o modesto Criciúma, em 1991. Em seguida, por sua bagagem internacional. Campeão de uma Copa do Mundo conquistada com a Seleção Brasileira em que chegamos totalmente desacreditados. Toda sua idolatria em solos portugueses após conduzir a Portugal à uma final de Eurocopa, e ser lembrado até hoje pelos europeus pela sua belíssima passagem. Além de todas as suas passagens por grandes times do mundo, como o Chelsea. Por fim, sua experiência em Copas com títulos e mais títulos pelos clubes em que passou. Agora, pensemos apenas no Felipão copeiro, que chega para sua quarta final de Libertadores, recorde entre todos os técnicos brasileiros.

Campeão em 1995 com o Grêmio, em 1999 com o Palmeiras e vice, também com o Verdão em 2000, contra o Boca Juniors. Neste ano, já foi ao Paraguai e eliminou o Libertad. Já foi também até a Argentina e venceu o Estudiantes. Por fim, foi ao Allianz e eliminou o Tricampeão Palmeiras. Agora, Big Phil vai para sua quarta decisão, mais uma vez como “azarão”, diante de um poderoso Flamengo, o qual já eliminou o Athletico na Copa do Brasil deste ano. A final em jogo único equilibra um pouco as coisas, mas o favoritismo é claro e amplamente carioca. Felipão terá muito trabalho. Terá que tirar mais um coelho da cartola e “Scolarizar” mais um forte oponente.

Felipão conseguiu recolocar o Athletico na decisão da Liberta 17 anos após sua única final, em 2005. O Flamengo tem mais time, assim como o Palmeiras tinha. Mas nunca podemos duvidar de um time que tem no banco este senhor de 73, quase 74 anos de idade, que sabe – e muito – desse esporte. Guayaquil deve marcar o fim de uma carreira brilhante para Scolari. Uma carreira que daria uma produção digna de Hollywood. E se os Deuses do Futebol estiverem presentes, só existe um final possível para este filme.

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